ELEIÇÕES: EM TEMPO DE VACAS MAGRAS, ELES PODEM CUMPRIR O QUE PROMETEM?
Em um ano abalado pela crise financeira e pela instabilidade política do
país, as eleições municipais prometem ser terreno fértil para promessas ainda
mais superestimadas que as usuais feitas pelos candidatos.
Ainda não se sabe qual será o tamanho do rastro deixado pelo processo de
impeachmeant da ex-presidente Dilma Rousseff, mas independentemente de como se
desenrolará a crise política do Brasil, analistas garantem que outra crise, a
econômica, que estacionou no Brasil, deve ficar por aqui por mais um tempo. Um
levantamento realizado pela economista Sol Garson, professora da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretária municipal da Fazenda da
capital fluminense aponta que, em 2014, as receitas da União caíram 2% reais e
mais 4,7% no ano passado. O estudo se baseou nos dados do Portal Meu Município,
com informações contábeis de 3.640 municípios entre 2010 e 2015. A situação não
deve mudar no balanço de 2016, ou seja, teremos mais um ano de vacas magras,
diz Miriam Ascenso, gerente de projetos do Portal Meu Município.
Nesse cenário preocupante para a população – o desemprego está em torno dos 11%
- é esperado que os candidatos à prefeitura das cidades apostem em promessas do
tipo salvadora da pátria. Mas na prática, se eleitos, eles encontrarão casas
cheias de reparos a serem feitos e menos verba para realizá-las. “Os novos
prefeitos a serem eleitos este ano enfrentarão o desafio de manter os serviços
municipais com receitas mais restritas”, diz Miriam. O momento atual, diz ela,
demanda mais cautela por parte do eleitor este ano. “Com investimentos em
queda, é preciso avaliar se as promessas de novos investimentos dos candidatos
realmente poderão ser cumpridas, porque as dificuldades serão maiores.”
Redação: Meu Município